Antes de relatar a barca, gostaria de começar com um pouco da história sobre os fortes da Ilha de Santa Catarina, ilha essa que encanta muitos surfistas, turistas e moradores, que na maior parte desconhecem os fatos ocorridos no passado, não muito distantes até.
De acordo com informações do Projeto Fortalezas (Multimídia) da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, a fortificação da Ilha de Santa Catarina está ligada às disputas entre Portugal e Espanha. A Ilha de Santa Catarina ficava mais e mais importante como ponto estratégico militar, localizada entre Rio de Janeiro e o Rio da Prata.
O Forte Marechal Moura de Naufragados foi construído entre 1909 e 1913, estando localizado acima do Farol dos Naufragados (1861), no extremo sul da Ilha de Santa Catarina. Entre as principais fortificações que formaram o antigo sistema defensivo da Ilha, é a mais recente e única que não foi construída no século XVIII. Sua função era complementar as defesas da Fortaleza de Araçatuba, guarnecendo a entrada da Barra a partir de uma posição mais elevada.
Pertencente ao Ministério do Exército, hoje, deste forte, restam apenas alguns trechos de muralhas e o armamento original de três canhões de 120 mm, fabricados pela empresa Armstrong em 1893, e que ainda se encontram em bom estado de conservação.
E assim sendo, justamente por seu porto não ser praticável no inverno, e sabendo que as condições, possivelmente, estariam favoráveis para aquela praia, um grupo de amigos – Guto, Nelson Wallbach, Guga e Carlos Eduardo Peres – resolveram fazer a barca para esse pico em busca da onda dos sonhos, aquela onda para ficar marcada na memória.
O acesso a esta praia se faz por trilha ou pelo mar. A galera escolheu ir na caminhada pela trilha e levou cerca de 40 minutos, sendo o caminho bem tranquilo e fácil de se guiar. Logo do início já se tem belas vistas da região, como as Ilhas dos Cardos, Maria Francisca e dos Pombos, a Caieira da Barra do Sul, onde antigamente era feito cal das conchas das ostras. É possível observar também a fauna e flora local da Mata Atlântica.
Ao chegar a essa belíssima praia, pode-se avistar a Ilha de Araçatuba, na entrada da Barra, onde existe a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Sul de 1765, ou o que sobrou dela, servindo como plano de fundo para as belas fotos registradas nessa barca.
As condições naquele dia estavam assustadoras mesmo, mar agitado por fortes correntes marinhas que entravam pelo canal da Barra do sul lançando suas ondas de encontro ao paredão de pedras no costão do Farol dos Naufragados.
As ondas fechavam muito, porém, sobravam algumas séries menores e alguns rabos das maiores para a galera se divertir e fazer a cabeça com alguns tubos perdidos. Nelson Wallbach se deu bem pegando alguns tubos de fazer a cabeça. Guto também não deixou por menos, pegou o seu troféu do dia também.
De cabeça feita não só pelas ondas, mas também pela energia do local, surf com os amigos, belezas e histórias locais, a galera volta pra casa com sensação de que não há nada que um bom dia de surf não cure.
A Ilha de Santa Catarina pede ajuda. Precisamos abrir os olhos para tudo que está acontecendo à nossa volta. O crescimento desordenado e o turismo exploratório, falta de saneamento básico e segurança nos deixam preocupados, porém, o que estamos fazendo para melhorar?
Surfistas e simpatizantes devem se unir e fortalecer as redes que lutam há anos pela preservação da Ilha, de forma que todos possam contemplar, fotografar e viver as belezas e riquezas naturais que ela nos proporciona.
“Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo; de fato, sempre foi somente assim que o mundo mudou”, (Margaret Mead).
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De família açoreana e amante da natureza, o fotógrafo Cadu Fagundes acompanhou e registrou esta trip através de suas lentes, para ajudar a eternizar estes momentos.