Na manhã deste sábado (3/11) o Canto Mágico da praia da Baleia, no litoral norte de São Paulo, recebe o Rei do Mágico – evento é realizado em prol do surfista local Jefson “Jejé” Silva, que, apesar classificado para o Mundial de Longboard, permanece sem patrocínio para correr a próxima etapa, que acontece na China dia 27 de novembro.

Para conferir detalhes sobre a inscrição e os horários do Rei do Mágico, acesse o evento no facebook.

Cartaz do Rei do Mágico 2012. Foto: Reprodução.

Rei do Mágico 2012 levanta fundos para o Top do longboard Jefson Silva ir à China. Foto: Reprodução.

 

Abaixo, leia o texto de Christiano Vellutini, um dos organizadores do evento, e assista ao vídeo do Rei do Mágico 2011:

“Já pensou se o Pelé não tivesse embarcado para o México em 70? Já imaginou se o Ayrton Senna não tivesse entrado no avião para Portugal em 85? Já cogitou a possibilidade do Gustavo Kuerten não ter ido para Roland Garros em 97? Provavelmente muitas coisas na história do esporte brasileiro seriam muito diferentes hoje em dia. Mesmo porque, algumas das modalidades nem faziam muito sucesso na época. Pensamos nessa breve introdução para dizer que se alguém não tivesse acreditado no talento desses atletas, e no que eles poderiam proporcionar para o nosso país, provavelmente estariam na mesma situação que se encontra nosso amigo Jejé.

E nós acreditamos no potencial do Jefson Silva, um surfista local da praia da Baleia, que com muita dedicação e treino conquistou uma vaga no campeonato mundial de Longboard. Uma modalidade do esporte que ainda não está sob os holofotes da mídia, mas nem por isso é menos importante que as demais. Infelizmente, as grandes marcas de surfe ainda não compartilham essa mentalidade conosco, portanto o Jejé está sem patrocínio para bancar a viagem para o Sri Lanka, onde vai ocorrer a primeira etapa do circuito. 

Indignados com a possibilidade de Jejé ter que abrir mão dessa vaga no mundial por uma questão de falta de apoio, nós amigos decidimos nos unir e fazer um movimento para embarcá-lo para essa primeira etapa do campeonato. 

O primeiro passo foi organizar um evento na praia da Baleia no dia 6 de agosto de 2011. A ideia foi de montar um campeonato de surfe nada convencional, onde não havia categorias, ou seja, todos os participantes competiam juntos, seja homem, mulher, criança, local, paulista, idoso. 

Outro aspecto que tornava o evento fora do comum eram as pranchas, que foram disponibilizadas pelos organizadores da competição. Eram apenas pranchas de décadas passadas, como monoquilhas, biquilhas, fishs, longs, funs, alaias, entre outras. O objetivo principal do campeonato era de se divertir e levantar fundos para pagar a viagem do Jejé, portanto criamos essa sistemática para extrair o espírito competitivo entre os atletas e aumentar o sentimento de confraternização. 

Além do campeonato, contamos com arrecadações externas através de uma carta que foi enviada por e-mail, e também com um rifa com vários prêmios como finais de semana em pousadas do litoral, jantares em restaurantes de alto nível, prancha de surfe, entre outros. Para finalizar, fechamos uma parceria com o Banana’s Point para fazer a festa de encerramento do evento, onde 30% das arrecadações totais seriam revertidas para a viagem ao Sri Lanka. 

// valor da inscrição do campeonato: R$30 

// valor do bilhete da rifa: R$20 

// objetivo: Levantar mais de R$7000,00 em menos de uma semana. 

NÚMEROS DO REI DO MÁGICO 2011:

_mais de 65 participantes inscritos.
 

_total de 16 baterias de 15 minutos. 

_mais de 200 pagantes na festa de encerramento. 

_mais de 3000 views em apenas uma semana no Vimeo. 

_mais de 140 presenças confirmadas no Facebook. 

_mais de R$7000,00 em arrecadações gerais. 

Parecia que tudo tinha conspirado em nosso favor. Dia 6 de agosto foi um dia extraordinário na praia da Baleia, o sol não se escondeu o dia inteiro e as nuvens nem deram sinal de que iriam tampar o céu azul, sem falar nas ondas que estavam nas condições perfeitas para o nosso campeonato: meio metrão a um metro, sem vento, com formação perfeita. Ou seja, não estava nem muito grande nem muito pequeno. Tudo que nós achávamos que poderia dar errado, no final das contas deu certo. 

Agora, mais do que nunca, o Jejé está partindo para essa disputa sabendo que tem uma torcida enorme aqui no Brasil, e que aconteça o que acontecer no Sri Lanka, seus amigos vão estar apoiando e correndo atrás porque acreditamos que esse é um talento que não pode ser desperdiçado. E não é só porque o longboard ainda não está gerando lucros para as grandes marcas e que ainda é uma modalidade fora do foco da mídia que ele deve deixar de lado seus sonhos. Ele está indo representar um país inteiro em um campeonato de altíssimo nível e deveria ser um orgulho para todos nós” .