A pernambucana Atalanta Batista é um dos maiores talentos do Longboard no Brasil. Ela surfava de pranchinha, engravidou e, quando voltou a praticar o esporte, resolveu testar sua performance em um dos pranchões parados na escolinha de surfe Atahalley, em Maracaípe, Ipojuca (PE).
Foi amor à primeira descida de onda. Isso foi há dois anos, quando também por acaso do destino competiu um evento internacional em Maraca, onde reside com a família de surfistas, entre eles o top nacional Halley Batista. Não só o venceu como sagrou-se campeã brasileira da modalidade nas temporadas seguintes.
Este ano, quer ir além. Conquistar a vaga para disputar o mundial da categoria. Surfe tem de sobra. Falta só maior investimento dos empresários e da imprensa, é claro, em mais uma “pepita de ouro” de Pernambuco.
Confira abaixo uma entrevista com Atalanta Batista, feita pela galera do blog Surf Is In The Air.
Recentemente, tivemos etapas do mundial feminino na França e na China. Muitas brasileiras estavam lá. Porque você ainda não consegue viajar para disputar essas competições internacionais importantes?
O importante é saber que ganhar e perder faz parte da vida e do esporte. E que, no momento, aguardo minha oportunidade para representar o Brasil em qualquer lugar e em qualquer ocasião quando for convocada. Lute, batalhe, todos que se esforçam sabem o preço que pagam para poder realizar um sonho.
Nos últimos dois anos você tem levado muitos títulos. O que tem feito para não se acomodar nos eventos?
Tenho treinado bastante, me esforçado muito. Até porque sei o nível das atletas que competem o brasileiro e conheço as dificuldades que tenho para poder superá-las em cada bateria nos campeonatos. Com isso tenho evoluído bastante. Venho adquirindo experiência, evoluído física e psicologicamente, tenho viajado, pego outros tipos de onda. Em março deste ano estive na Costa Rica. Também tenho acompanhamento de uma nutricionista esportiva e, claro, invisto na corrida e no treino na academia todos os dias.
Quais as suas metas para 2012?
Quero conseguir a tão sonhada vaga para as etapas do mundial. Não existe segredo na vida. É tudo muito simples. Vá lá, dê o seu melhor, valorize a marca do seu patrocinador, dentro e fora d’água. Como já disse, um dia acontece e o sonho se realiza.
Quais as maiores dificuldades de se praticar o longboard no Brasil e especificamente aqui em Pernambuco?
Falta de onda adequada para a prática do esporte e escassez de patrocínio, como sempre falta ao esporte brasileiro em geral, como falta para o judô, natação e outros esportes.
Você surfava de pranchinha, mas terminou sendo reconhecida nacionalmente no longboard. Como foi que aconteceu essa transição?
Eu surfava de pranchinha e parei após a gravidez. Quando pude voltar as atividades encontrei na escolinha de surfe Atahalley alguns longboarders sem uso e decidi pegar umas ondas por brincadeira. Acabei me apaixonando pela mistura do estilo clássico do long aliado ao estilo radical da pranchinha.
Como você tem se preparado para as competições no Brasil?
Muito treino, alimentação balanceada, orientação espiritual, técnica e física, além de longboarders mágicos 9’0″, que o shaper Claudio Pastor tem desenvolvido para mim. Também nunca estou satisfeita com meu surfe. Sempre procuro aperfeiçoá-lo. Sou muito detalhista e a cada dia procuro me superar.
O que a diferencia das outras competidoras dentro da água?
Não tenho pontos fortes que possam me diferenciar delas, apenas tenho foco, determinação e vontade de vencer. Sempre foi assim na minha família. Eu, Halley, todos nós sempre tivemos essa vontade de vencer, sempre com muita alegria, respeito ao próximo e muito trabalho.
Dois anos depois de ter começado a seguir o circuito, olhando para trás, imaginava que chegaria tão longe?
Não, não imaginava. Foi tudo muito rápido. Mas Deus é fiel.
Fonte – Surf Is In The Air