Agora é oficial. Kelly Slater, 39 anos, confirmaa de vez o 11º título mundial com a classificação para as quartas de final do Rip Curl Pro Search em San Francisco, depois de vencer Gabriel Medina e Miguel Pupo na quarta fase, porém, nesta ninguém eeliminado da prova.
Nas ondas irregulares de 3 a 4 pés do domingo de praia lotada na Califórnia (EUA), ele usou a força do seu backside nas esquerdas de Ocean Beach para superar os especialistas em aéreos com os recordes do dia nas seis baterias disputadas. O catarinense Alejo Muniz também já está entre os oito finalistas, pois mandou o vice-líder Owen Wright e o californiano Brett Simpson para disputarem a repescagem, como os brasileiros que perderam para o agora onze vezes campeão mundial, Kelly Slater.
“Foi confirmado outro dia, mas agora temos certeza. Eu estava chateado com isso, mas também achei engraçado. Não há ressentimentos contra a ASP, pois erros acontecem. Foi um pouco difícil competir contra garotos que poderiam ser meus filhos e que mandam aéreos muito radicais. Estava esperando por grandes tubos com vento terral, não por rampas para os aéreos nas fechadeiras com vento maral. Eu não sabia se teríamos seções de aéreos, estava meio flat, mexido, as ondas fechando rápido, bem estranho, mas estou feliz que venci”, declara Kelly Slater.
Slater começou arriscando os aéreos nas direitas, mas sem sucesso. Já Gabriel Medina acertou um na sua primeira onda para largar na frente. Kelly logo foi para as esquerdas e garantiu a vitória usando a força do seu backside nas manobras em duas ondas seguidas. Na primeira, uma rasgada abrindo um leque de água e uma batida debaixo do lip numa espuma casca grossa valeram nota 8.07. Na outra, mandou um batidão seguido por um floater despencando do alto da onda para arrancar um 9.10 dos juízes. Os brasileiros ganharam suas maiores notas com os aéreos. Medina ficou em segundo lugar com 15.33 pontos e Pupo em terceiro com 14.83.
Depois de ser coroado como campeão mundial de 2011 na quarta-feira e ver o seu título retirado por um erro de interpretação de uma nova regra do ASP World Title Race 2011 – em que havendo empate no ranking final da temporada haverá uma bateria extra para definir o campeão e Owen Wright ainda tinha chance matemática para isso – Slater confessou que a ratificação do título não teve tanto brilho. No entanto, manteve-se positivo em relação ao erro da ASP.
“Foi um pouco decepcionante. Realmente não tive a mesma emoção do outro dia. Houve alguns destes erros ao longo da história, mas este foi um pouco estranho. Mesmo assim, eu chamei o Renato (Hickel) – gerente geral da ASP – pela manhã depois que eu ganhei a bateria porque eu deveria fazer isso. Agora está tudo certo, o título foi confirmado”, explica Kelly Slater.

O polêmico floater, manobra tão discutida pela mídia internacional no primeiro semestre, é peça chave para o título de Kelly Slater. Foto: © ASP / Cestari.
Brasil na decisão – Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil participa da bateria que decide o título mundial da temporada. No ano passado, Slater festejou o decacampeonato quando derrotou Adriano de Souza nas quartas de final desta mesma etapa, só que em Porto Rico. Agora foi contra os também paulistas Gabriel Medina e Miguel Pupo, que terão uma nova chance de classificação na repescagem.
Na disputa seguinte, o catarinense Alejo Muniz já garantiu o Brasil nas quartas de final do Rip Curl Pro Search. Com notas 7.00 e 7.60 nas suas duas últimas ondas, superou os donos dos maiores placares do campeonato até os 17.17 pontos de Slater na bateria anterior. O californiano Brett Simpson chegou a 12.83 pontos também nas duas últimas ondas que surfou, mas caiu para a repescagem junto com o vice-líder do ranking e ainda recordista absoluto nas ondas de Ocean Beach, o australiano Owen Wright.
“Foi difícil lá fora porque não dá para ouvir o locutor, então você fica sem saber da situação da bateria. Eu sabia que precisava de duas ondas boas e estou feliz por chegar nas quartas de final mais uma vez. Este é o meu primeiro ano no ASP Tour e estou tentando aprender o máximo que eu puder, ganhar confiança, porque aqui estão os melhores do mundo e todos surfam muito bem”, diz Alejo Muniz.
Brasil nas quartas – Alejo deve voltar a enfrentar Brett Simpson nos duelos homem a homem das quartas de final. Isto porque o adversário dele na repescagem é o também norte-americano Patrick Gudauskas, que se contundiu na volta de um aéreo espetacular que lhe garantiu a vitória sobre o sul-africano Jordy Smith na última bateria da terceira fase. Ele nem competiu contra os australianos Josh Kerr e Joel Parkinson no confronto que fechou o domingo em San Francisco.
Campanha de Kelly Slater em 2011
Quiksilver Pro Gold Coast – campeão
Rip Curl Pro Bells Beach – 5º lugar
Billabong Rio Pro – 13º lugar
Billabong Pro Jeffreys Bay – não compareceu
Billabong Pro Tahiti – campeão
Quiksilver Pro New York – 2º lugar
Hurley Pro at Trestles – campeão
Quiksilver Pro France – 5º lugar
Rip Curl Pro Portugal – 2º lugar
Campeonatos em que Kelly Slater ergueu suas taças de campeão mundial
2011 – Rip Curl Pro Search San Francisco – EUA
2010 – Rip Curl Pro Search Puerto Rico – EUA
2008 – Billabong Pro Mundaka – Espanha
2006 – Billabong Pro Mundaka – Espanha
2005 – Nova Schin Festival – Brasil
1998 – Mountain Dew Pipeline Masters – Hawaii
1997 – Expo 98 Figueira 97 – Portugal
1996 – Coca Cola Figueira 96 – Portugal
1995 – Chiemsee Pipe Masters – Hawaii
1994 – Chiemsee Gerry Lopez Pipe Masters – Hawaii
1992 – Alternativa Surf Rio – Brasil
Confira abaixo a primeira e mais emocionante festa do 11º título, antes do erro da ASP ser divulgado: