As previsões são ótimas para uma semana de ondas épicas em Teahupoo, onde rola o Billabong Pro Tahiti. A primeira fase com os 36 concorrentes ao título da quinta etapa do ASP World Title Race aconteceu em tubos de 4 a 6 pés não tão desafiadores para os padrões do pico, mas o risco sempre existe em qualquer condição na perigosa bancada de corais em Teahupoo.

A melhor estreia foi do norte-americano CJ Hobgood, que atingiu 19.37 pontos para mandar o líder do ranking, o aussie Joel Parkinson, para a repescagem. Os seis brasileiros também vão encarar uma rodada extra em Teahupoo.

CJ Hobgood, Billabong Pro 2011, Teahupoo, Tahiti. Foto: © ASP / Kirstin.

Norte-americano CJ Hobgood encontra os tubos mais profundos e destaca-se no primeiro dia de competição. Foto: © ASP / Kirstin.

“Acontece muita coisa num tubo em Teahupoo e o truque é desacelerar tudo, tanto quanto possível”, ensina CJ Hobgood, que chegou mais próximo da nota máxima com os 9.87 pontos que recebeu no melhor tubo que surfou na bateria. “O Joel (Parkinson) pegou um muito profundo que poderia ter sido nota 10 se ele tivesse saído. Você tem que confiar no seu instinto e estou muito feliz por vencer a bateria. Agora vou focar na terceira fase”.

Nenhum brasileiro conseguiu vencer para passar direto à terceira fase. O potiguar Jadson André até superou o cabeça de chave Jeremy Flores, mas os dois foram surpreendidos por Travis Logie. O sul-africano foi chamado em cima da hora para substituir o americano Bobby Martinez e chegou no Tahiti sem o equipamento adequado. Isto porque estava competindo nas etapas 6 estrelas da “perna europeia”, em ondas bem diferentes. Mesmo assim, com uma prancha emprestada, acabou achando os melhores tubos que entraram na bateria.

“Eu recebi a ligação do Renato Hickel (diretor da ASP) menos de 24 horas atrás, estava lá na França e vim com as pranchas que tinha, mas usei uma do meu bom amigo Alain Riou (surfista do Tahiti) e me senti muito bem com ela”, conta Travis Logie. Ele totalizou 16.07 pontos nas suas duas melhores ondas, contra 14.40 de Jadson André e 11.73 de Jeremy Flores.

O catarinense Ricardo dos Santos, que venceu a triagem no último domingo e reforça o Brasil no Billabong Pro Tahiti, fez 14.47 pontos duas baterias depois, também insuficientes para vencer. Ele e o carioca Raoni Monteiro foram superados pelo sul-africano Jordy Smith, vice-líder na corrida do título mundial da temporada, que tem Joel Parkinson à frente e Adriano de Souza em terceiro lugar.  Ao contrário dos dois, Smith já está na terceira fase.

Ricardo dos Santos, Billabong Pro 2011, Teahupoo, Tahiti. Foto: © ASP / Kirstin.

Depois de vencer a triagem, Ricardinho estreia no evento principal, mas cai para a repescagem. Foto: © ASP / Kirstin.

Assim como o australiano, Mineirinho encontrou um adversário inspirado na última bateria do dia. A maior nota do recordista CJ Hobgood foi 9.87 e Julian Wilson também surfou um tubo incrível contra o brasileiro para receber 9.83 pontos dos juízes. O australiano conquistou a última vaga direta para a terceira fase com 16.50 pontos e Adriano de Souza agora terá um duelo brasileiro na repescagem, contra Raoni Monteiro.

“A nota 10 ficou lá o dia todo. Você apenas tem que estar no lugar certo e precisa querer realmente o tubo quando ele vem pra você”, diz Julian Wilson. “Cometi alguns erros no início da bateria, mas depois encontrei as ondas certas pra vencer. É muito bom estar no Tahiti, ainda mais com esta previsão incrível para esta semana”.

Os organizadores se reúnem as 13:30 horas (horário de Brasília) no domingo para avaliar as condições do mar, com um possível início da repescagem as 14:30 horas.

O jovem Ricardo dos Santos entra na segunda bateria do dia contra o experiente Taj Burrow. O confronto verde-amarelo será o oitavo, com os outros três brasileiros fechando a repescagem. Jadson André está na décima bateria com o americano Patrick Gudauskas, o catarinense Alejo Muniz na 11ª com Matt Wilkinson e na última o cearense Heitor Alves enfrenta outro australiano, Chris Davidson.

Billabong Pro Tahiti 2011

Repescagem

1 Jeremy Flores (FRA) x Heiarii Williams (TAH)
2 Taj Burrow (AUS) x Ricardo dos Santos (BRA)
3 Adrian Buchan (AUS) x Gabe Kling (EUA)
4 Owen Wright (AUS) x Adam Melling (AUS)
5 Joel Parkinson (AUS) x Brett Simpson (EUA)
6 Bede Durbidge (AUS) x Josh Kerr (AUS)
7 Michel Bourez (TAH) x Daniel Ross (AUS)
8 Adriano de Souza (BRA) x Raoni Monteiro (BRA)
9 Kieren Perrow (AUS) x Tiago Pires (PRT)
10 Patrick Gudauskas (EUA) x Jadson André (BRA)
11 Alejo Muniz (BRA) x Matt Wilkinson (AUS)
12 Heitor Alves (BRA) x Chris Davidson (AUS)

Primeira fase

1 Cory Lopez (EUA) 12.83, Adrian Buchan (AUS) 11.47 e Chris Davidson (AUS) 4.67
2 Fredrick Patacchia (HAV) 15.83, Matt Wilkinson (AUS) 14.73 e Taj Burrow (AUS) 13.27
3 Travis Logie (AFR) 16.07, Jadson André (BRA) 14.40 e Jeremy Flores (FRA) 11.73
4 Mick Fanning (AUS) 15.23, Gabe Kling (EUA) 13.97 e Tiago Pires (PRT) 7.97
5 Jordy Smith (AFR) 15.36, Ricardo dos Santos (BRA) 14.47 e Raoni Monteiro (BRA) 8.47
6 Kelly Slater (EUA) 13.96, Daniel Ross (AUS) 13.07 e Heirarii Williams (TAH) 10.67
7 Kai Otton (AUS) 11.47, Heitor Alves (BRA) 10.53 e Owen Wright (AUS) 10.33
8 CJ Hobgood (EUA) 19.37, Joel Parkinson (AUS) 15.60 e Adam Melling (AUS) 10.33
9 Taylor Knox (EUA) 12.90, Alejo Muniz (BRA) 12.53 e Bede Durbidge (AUS) 11.10
10 Damien Hobgood (EUA) 13.73, Patrick Gudauskas (EUA) 13.10 e Brett Simpson (EUA) 8.83
11 Dusty Payne (HAV) 16.76, Kieren Perrow (AUS) 15.63 e Michel Bourez (TAH) 15.17
12 Julian Wilson (AUS) 16.50, Josh Kerr (AUS) 15.84 e Adriano de Souza (BRA) 10.27